Pelé diz que "assusta" situação das obras para Copa de 2014

Pelé e Nicolás Leóz comentaram brevemente a crise política na Fifa e na Concacaf


Pelé continua preocupado com o andamento das obras no Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e disse que a polêmica envolvendo o estádio paulista para o Mundial é uma "briga política". "Fizemos nosso trabalho de trazer a Copa do Mundo e a Olimpíada (de 2016) e, infelizmente, nos deparamos com o que vocês estão vendo no Brasil. Isso nos assusta muito", afirmou o ex-jogador em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Questionado sobre os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) que a Prefeitura de São Paulo estuda dar ao Corinthians para construir sua arena, Pelé declarou: "eu acho que tudo o que puder fazer para que tenhamos os estádios, tem que fazer. A maneira que estamos fazendo, essa confusão, é que nos deixa triste."
O Corinthians rebateu as críticas sobre receber incentivo fiscal e informou, na terça-feira, que "isentar do ISS os serviços de construção foi um compromisso assumido pelas 12 cidades-sede perante a Fifa".
O estádio de São Paulo para a Copa, candidato a receber a abertura do torneio, é o que mais preocupa as autoridades. As obras de terraplanagem começaram em 30 de maio, mas a engenharia financeira para concluir o estádio para 65 mil pessoas ainda não foi finalizada. A capital paulista foi descartada pela Fifa para receber a Copa das Confederações de 2013, competição considerada um teste para o Mundial.
No final de maio, o governo federal reconheceu atrasos nas obras para o Mundial de 2014, pediu que os trabalhos e investimentos sejam acelerados e anunciou os modelos para as concessões de aeroportos, uma das preocupações da Fifa. A presidente Dilma Rousseff anunciou ainda que coordenará uma reunião trimestral com um grupo de representantes das cidades-sede para tratar dos prazos das obras.
Denúncias contra a Fifa
Pelé comentou ainda as denúncias de corrupção envolvendo a Fifa. Ele disse ter ficado surpreso com a renúncia do vice-presidente da entidade Jack Warner esta semana. "Fiquei surpreso com a demissão do Jack Warner, que é um dos nossos amigos da Fifa", declarou Pelé.
Warner, que tinha sido suspenso enquanto um comitê de ética investigava alegações de pagamento de propinas, renunciou a todos seus cargos no futebol internacional, incluindo o de presidente da Concafaf. Natural de Trinidad e Tobago, ele estava sendo investigado em um escândalo de venda de votos relacionado à campanha eleitoral do então candidato à presidência da Fifa Mohammed bin Hammam, que abalou a entidade no início deste mês.
"O nosso comitê, que é o comitê do esporte, não tem nenhuma influência nesse caso dos votos", defendeu-se Pelé. Ao lado de Pelé na entrevista, o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, Nicolás Leoz, mostrou contrariedade em falar sobre o assunto. "Para a Conmebol, esse é um assunto encerrado, não há nada para acrescentar".
Perguntado se a credibilidade da Fifa ficou abalada, ele disse: "entendo que não". Leoz foi um dos quatro membros do comitê executivo da Fifa - junto com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira - acusados por um ex-presidente da federação inglesa de futebol de terem oferecido vender seus votos para a candidatura da Inglaterra na eleição para a Copa do Mundo de 2018.
A Fifa, no entanto, inocentou os quatro e afirmou que uma comissão independente formada pela federação inglesa não comprovou as acusações.

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